sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O grande inimigo


O ato de pensar é um ato solitário. Assim, para escapar do comum, tem de se ficar só. Não que boas idéias não nos cheguem através de uma boa conversa, não é isso. Mas as primordiais coisas que existem não possuem palavras que possibilitem um diálogo salutar. O máximo que se pode conseguir é tirar conclusões daquilo a que se pensa. As questões mais complexas do homem encerram no indivíduo e a fala não foi inventada para si, mas para o coletivo. Talvez uma das coisas mais importantes a ser feitas nos dias de hoje é conservar-se: conservar essa parte nossa original, distinta, ímpar e que não encontra nada que a complete fora de nós mesmos. Não obstante, o mundo, junto a tantos outros homens, trata de nos alienar constantemente. Mas o erro é pensar que o mundo é o grande responsável, porque não é. O nosso grande inimigo é o nosso vício, a nossa frouxidão, o nosso cansaço e todas as faculdades temporais, materiais, que se encontram no outro extremo das questões mais fundamentais. Primeiramente, antes de qualquer coisa, deve-se tomar consciência de suas falhas e não se deixar destruir por si mesmo.

domingo, 20 de janeiro de 2013

A pergunta cínica


“Afinal, o que é certo?” é uma indagação bastante perigosa e que praticamente legitima toda a conduta humana. São Tomás de Aquino, por exemplo, não buscava  somente provar a existência de Deus. Ele se preocupava, também, em tentar demonstrar que a não existência de Deus era algo que beirava ao ridículo e ao absurdo. De maneira muito razoável, assim, ele provava a existência de Deus ao anular a idéia antagônica, a de que Deus não existia. No tocante à pergunta “Afinal, o que é certo?” cabe ridicularizar o seu dono, ou quem dela se utiliza. Não se dá para demonstrar o que é certo, pois não podemos tirar uma amostra do infinito e de tudo o que nos rodeia. Dá para, sim, demonstrar que não haver certo é algo ridículo. Tomemos duas frases: “A razão está morta” e “Não há certo e nem errado”. Todas essas duas frases são um paradoxo lógico absoluto; elas se auto-anulam. A primeira, porque não há como definir a inexistência da razão sem usar da própria faculdade da razão. A segunda, pois relativiza a própria afirmação. Realmente, não posso demonstrar o que é certo e prová-lo. Mas quem pode me provar que não há um carro azul estacionado na esquina? O fato é que estamos tão imersos na Verdade tal qual um peixe está na água, não podendo pensar na realidade, em nossa existência, sem levar esse outro substrato que o compõe. 

sábado, 19 de janeiro de 2013

Fala-se muito, pensa-se pouco


Há quem fale de racismo, de homofobia, de discriminação sexual, de intolerância religiosa entre outras coisas com boca cheia. Eu vos digo o motivo: essa gente se submete a tantos veículos midiáticos, com tanta informação manipulada – informação essa que nos diz o tempo inteiro as mesmas coisas e nos direcionam para as mesmas conclusões –  que infindas opiniões e perspectivas de mundo são absorvidas sem contestação. A freqüência com que a mídia expõe certos assuntos é tanta, tanta, que jamais poderia ser concebido um equívoco de sua parte ou até mesmo uma mentira de sua parte. Além disso, ela parece, sem sombra de dúvida, expor a opinião da maioria: contestá-la seria uma incrível tolice, além de ser quase criminoso. Mas eis que um dia certa indagação surge, e até se tenta conversar com outro sobre isso, mas o medo do ridículo e de ser mal interpretado é tamanho que a pessoa tende a se calar – sem saber que o outro possui a mesma dúvida. Assim é que se constrói a opinião da maioria: uma grande manipulação, através de uma profunda criação que nos visa impor medos e receios para que sejamos inertes e coniventes com a dança de hoje e as políticas do absurdo. 

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A Patológica Mentalidade Esquerdista e a Terapia da Verborréia Ativista


Que pícaro! Dois seres, ''duas coisas'', se acusando disso e daquilo; de traições das mais vis para com os seus e com o próprio movimento; cada um achando que representa a esquerda, o marxismo, quando não! Nenhum deles, somente, representa o marxismo e a esquerdalha: ambos a representam! É essa a natureza de uma ideologia doente, em todos os sentidos, e ela é sempre aludida com veracidade quando encontramos dois de seus simpatizantes em atrito mútuo. É a ideologia do absurdo, do escárnio, da vilania e da megalomania. E cada qual tem sua razão lá de se sentirem represantes, óbvio! Afinal, cada um desses infelizes carrega a pretensão de sê-lo. A esquerda é bem isso: uma coisa completamente indefinida, inconclusiva, sem resguardo sólido e objetivo algum, acabando por atender a qualquer fetichezinho adolescente que se apóia numa ilusão e grita contra vilões outros – sem se dar conta que são eles, estes, o próprio mal.

O PRINT EM ALTO ZOOM: http://img850.imageshack.us/img850/6338/discusso.png





segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Só propaganda


Certas vezes, quando afirmo categoricamente algo em público, ou quando defendo essa ou aquela opinião, alguém vem com o discurso sobre o que é certo e errado, tentando, dessa maneira, rebater meu ponto de vista. Em geral isso acontece com pessoas de cunho ideológico esquerdista, ou libertário, ou simplesmente de cunho “liberal-moderado”. O engraçado nessa visão de mundo de “deixai cada qual com sua vida” é que as pessoas que a pregam não percebem que isso está dentro do próprio jugo moral que tanto tentam repudiar. Assim, um esquerdista busca “justiça”, acima de tudo, achando que isso é bom; assim, um libertário acha que o respeito aos “impulsos naturais”, quaisquer que sejam, é algo bom; assim, o “liberal moderado” acha que a tolerância é boa. Não há como escapar.

sábado, 12 de janeiro de 2013

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Triste hoje; pior o amanhã.


A modernidade vem com a promessa de nos libertar das algemas de séculos. Algemas essas provenientes de um passado longínquo, antiquado, opressor, destrutivo e decadente. Hoje se clama a liberdade e a total obediência a si, aos seus instintos, sem noção do que se de fato está ficando livre e sob quais valores hão de triunfar os instintos e a vontade do homem. Parece-me que a modernidade está ociosa e paranóica. A liberdade virou um fetiche, e o querer uma justificativa. Está-se livre para tudo, dizem eles, sem atentar para o fato de que estão acorrentados a uma outra perspectiva somente; está-se apto para tudo, dizem eles também, sem se darem conta de que o instinto não possui significado algum, senão o de uma reação cuja causa nós desconhecemos. Mas a desmascaro aqui, essa modernidade doente: até que ponto é razoável pensar que sendo os impulsos humanos mais básicos – e nessa lógica absurda os mais valorosos – devem ser seguidos ao pé da letra, afinal não teriam sido esses mesmos impulsos que nos escravizara? O que quero atentar aqui é para o fato de que a causa e o efeito não podem ser a mesma coisa, como bem nos ensina a lógica. Se o homem de ontem era isso ou aquilo, não o foi em outra circunstância que não na qual em que o seu também instinto existia, bem como a todos os anseios naturais. É absurda a tentativa de glorificar o homem e o seu lado mais animal para correr das más coisas, se estas foram também fruto dos instintos e da bestialidade nossa de outros tempos. A modernidade não nos pode prometer nada sem também acorrentar-nos. Diante da infinidade do universo e a imensa complexidade de um indivíduo, todas as alternativas à moral prática e ao bom senso universal e atemporal, conduzir-nos-á a uma escravidão sem precedentes. Seremos servos da vontade de todos, submetidos à liberdade eterna que só pode ser conhecida quando a nada se escolhe e a nada se faz.  

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Até Sauron apoiava o desarmamento


“- Os termos são estes - disse o Mensageiro, sorrindo e encarando-os um a um-: a gentalha de Gondor e seus iludidos aliados devem retirar-se imediatamente para além do Anduin, não sem primeiro prestarem juramento de nunca mais atacar Sauron, o Grande, aberta ou secretamente. Todas as terras a leste do Anduin deverão pertencer a Sauron para sempre, e unicamente a ele. A região a oeste do Anduin, até as Montanhas Sombrias e o Desfiladeiro de Rohan, deverá pagar tributo a Mordor, e os homens de lá não poderão portar armas(...)”

( O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei;  Cap.: O Portão Negro se abre)

Assim falou o mensageiro de Mordor, A Boca de Sauron, para o exército dos homens livres que estava diante do portão da Terra Negra.

Percebe-se que o desarmamento é uma tática antiga e popular.


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A culpa


A culpa é o nosso inferno. É o termômetro que mede nossas ações ou inações. Ela não cessa com o perdão do outro; ela não cessa. Ela no máximo se abrande e coexistimos com ela.  Ela é a nossa vergonha eterna, pois um copo em pedaços não se desquebra e as lágrimas derramadas de um outro não tornam aos olhos.